Lilo & Stitch | Crítica Sem Spoilers
- Monnique Machado
- há 2 dias
- 4 min de leitura
Depois de 23 anos e uma divulgação pesadíssima, o mais novo live-action da Disney chegou aos cinemas, e como era de se esperar, lotando salas, trazendo o legado dos fãs que assistiram a animação de 2002, mais também as nova geração que esta sedenta pelo "filme do Stitch". Não por acaso, foi realmente como o filme foi vendido, basta fazer o comparativo do poster da animação com o do live-action.

O filme trás mais uma vez a mesma premissa de um alienígena que chega ao planeta Terra após fugir de sua prisão e tenta se passar por um cachorro, sendo adotado por Lilo em um abrigo de animais, seguindo um roteiro que fala sobre os valores da amizade e da família.
O longa já se inicia, como na animação, com o julgamento do "experimento 626", cena esta que está muito bem executada com os diálogos bem fieis e um CGI impecável, ainda que todas as figuras em cena sejam em computação gráfica, o arco é fechado um com a fuga e perseguição ao Stitch.

Quando finalmente somos apresentados a Lilo, interpretada por Maia Kealoha, o filme mostra a rotina da pequena havaiana e suas travessuras, enquanto sua irmã mais velha Nani (Sydney Agudong) está trabalhando. Nani tem a responsabilidade de cuidar de sua irmã mais jovem enquanto também se preocupa com o futuro, tendo em vista as visitas da assistente social que esta prestes a separá-las.
Nesse contexto com a queda de Stitch na terra e a busca de Lilo por amigos, ambos acabam se encontrando no canil, dando inicio a uma das amizades mais fofas da Disney. Aqui temos a primeira pequena mudança da história, que não muda o contexto do encontro. Mais toma novos ares, ainda que a versão da animação traga a ideia melhor de uma atenção da irmã mais velha com os problemas da pequena.

Este encontro era o que me deixava mais curiosa, por querer ver como seria essa interação entre CGI e os atores, não que isso não fosse possível, mais a empresa vinha com alguns problemas nesse ponto em suas adaptações, principalmente referente as expressões dos personagens, e ainda tínhamos o fator de ter uma criança sem experiência com esse universo.
Mais devo dizer que Maia Kealoha tirou esse quesito de letra, sendo a atriz um grande acerto, pois ela consegue nos convencer do sentimento de amizade e companheirismo, as cenas de interação dos personagens são muito fofas e divertidas, nos deixando de coração quentinho curtindo todo o momento. Muito do que foi visto nesse ato ficou fiel a animação, com direito a banho de esguicho, fotos de família e até Stitch box.

Para fechar nosso trio, Sydney Agudong interpretou muito bem Nani, que ganhou uma tempo maior de tela nesse novo enredo, mostrando um pouco mais de suas frustações, abdicações e força em prol da irmã. Entendo o que eles quiseram retratar nessa nova adaptação, mais não sei se foi o suficiente para cativar mais os corações dos fãs. A atriz encara bem seu papel, mesmo caricato em certos momentos, ela trás uma boa conexão com Kealoha, principalmente nas cenas que pede mais emoção.

Saindo um pouco dos protagonistas, devo falar da polêmica adaptação de Jumba e Pleakley, interpretados por Zach Galifianakis e Billy Magnussen. Galifianakis nos apresenta um Jumba mais "vilão", possivelmente pela falta do Gantu, ele não se importa com os outros e busca apenas sua criação fugitiva, gerando no máximo algumas cenas engraçadinhas, e o fato da dublagem mudar a voz do Jumba, me incomodou um pouco já que na animação é algo muito característico dele. Enquanto Magnussen brilha quando surge a tela, ele soube muito bem entrar em seu personagem, um sujeito fiel a sua líder e excêntrico em sua essência, com roupas caricatas, que para aqueles que criticaram, por medo dessa nova moldagem, devo dizer que caiu muito bem no proposto e me tirou boas risadas. Contudo, infelizmente quando aparece seu personagem em CGI incomoda um pouco na qualidade, nas cenas com as pessoas reais.
Kaipo Dudoit interpretando David, fez bem sua parte de namoradinho bonito da Nani, nesse longa, com um pouco menos de cenas já que nessa nova adaptação ele dividiu espaço com a personagem Tutu, Amy Hill, que tem um papel importante e ganhou até mais relevância para a trama, ainda que previsível em certo ponto.
Devo ressaltar que senti falta de duas falas marcantes da Lilo na animação, estava preparada para entoa-las junto com a personagem, mas infelizmente foram resumidas ou nem entraram, o que me deixou com um gostinho vazio.

Outro ponto que me chamou atenção foi nas cenas finais em que temos um incidente com nossos protagonistas, e a cena de drama se estende um pouco mais do que o esperado, para os veteranos da animação, talvez tenha passado batido, mais para as crianças que estavam presentes, que não assistiram o filme de 2002 ou viram apenas cortes em redes sociais, foi bem impactante, gerando lamentações e até choro entre as crianças da sessão. Mais como qualquer filme da Disney, esse momento logo muda e tudo acaba bem, para felicidade de todos.

A adaptação entrega cenários lindos, um roteiro linear, quase totalmente fiel ao original, trilha sonora clássica ao som de Elvis Presley e uma pitada moderna com referências a Bruno Mars. O filme traz uma historia leve, divertida e emocionante, fortalecendo a temática sobre "família" e vínculos, independente dos laços de sangue.


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