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Premonição 6: Laços de Sangue | Crítica sem spoilers

  • Foto do escritor: T.J. Nunes
    T.J. Nunes
  • há 2 minutos
  • 3 min de leitura

Após 14 anos de hiato, a franquia Premonição retorna aos cinemas com Premonição 6: Laços de Sangue. O novo longa resgata elementos clássicos da série e adiciona algumas doses de novidade. Mesmo quem nunca assistiu aos filmes anteriores consegue acompanhar a trama com facilidade. A simplicidade da proposta contribui para isso. O filme evita longas introduções e não se aprofunda tanto nos personagens, embora faça referências discretas aos capítulos anteriores. Como de costume na franquia, a verdadeira protagonista é a própria Morte, presença constante, invisível e inevitável, manipulando cada detalhe em sua sinistra coreografia.



A narrativa segue o mesmo princípio básico de seus antecessores, construindo uma estrutura a partir da mitologia da franquia para dar espaço a mortes criativas. Apesar de manter a fórmula conhecida, essa escolha funciona dentro dos limites estabelecidos pela própria série. O que falta em originalidade na trama é compensado pela criatividade das cenas de morte, que são o grande destaque do filme. Algumas são tão caricatas que chegam a lembrar o estilo dos Looney Tunes, com um piano despencando sobre a vítima. A produção entrega uma mistura de terror e comédia, com doses equilibradas de gore. O sangue e as vísceras não são o foco, estão presentes apenas o suficiente para impactar, sem prolongar o desconforto. Não é surpresa que o filme tenha classificação para maiores de 18 anos. Algumas cenas realmente exigem essa restrição.



Outro aspecto marcante é a maneira como o roteiro trabalha a lógica de causa e efeito. Diferente de outros filmes de terror, em que os eventos se desenrolam de forma mais sutil, aqui tudo é escancarado. Os objetos em cena praticamente gritam por atenção, destacados por closes evidentes, e as situações são apresentadas quase como avisos. Tudo tem um propósito, e o filme não hesita em escancarar isso ao espectador. A construção segue sempre um padrão. Os personagens chegam a determinado local, inicia-se a preparação da armadilha e, após a sequência fatal, eles seguem para o próximo cenário. Essa repetição de estrutura pode soar previsível, mas também gera expectativa, tornando divertido acompanhar a forma como os elementos são posicionados até o desfecho de cada sequência.



Apesar do acerto no conceito visual das mortes, o filme apresenta sérias limitações no elenco. A personagem Stefani Lewis, vivida por Kaitlyn Santa, entrega uma performance sem brilho, assim como Teo Briones no papel de seu irmão, Charlie. Os demais atores, Richard Harmon, Brec Bassinger, Owen Joyner, Gabrielle Rose, não se destacam e entregam atuações genéricas. A exceção é Tony Todd, veterano da franquia, que, apesar do pouco tempo em cena e de um tom exagerado, consegue trazer um mínimo de impacto, protagonizando até uma virada de cadeira ao estilo “vilão prestes a revelar seu plano maquiavélico”. A direção de Zach Lipovsky e Adam B. Stein é segura, mas pouco ousada. Eles parecem compreender bem o tipo de filme que estão entregando, e não há tentativa de disfarçar a galhofa ou o humor mórbido. Desta vez, no elenco, o destaque vai para a Morte, que, mesmo sem “dar as caras”, entrega a atuação mais consistente do filme.



No campo técnico, a obra também deixa a desejar. A trilha sonora tem alguns momentos isolados interessantes, mas o conjunto é esquecível. Os efeitos sonoros são clichês e previsíveis, com sustos em pontos já esperados. Em certas cenas, a música sequer acompanha a tensão adequadamente, gerando um descompasso quase cômico. Os efeitos visuais seguem a mesma linha, não são os melhores do mundo, mas funcionam o suficiente para manter a experiência divertida. Há momentos em que os personagens assumem um visual claramente digital, com animações artificiais que destoam do restante da cena, mas em vez de comprometer a imersão, esses momentos acabam soando cômicos e até combinam com o tom exagerado do filme. No geral, não se trata de um desastre técnico, mas sim de uma execução funcional, que cumpre seu papel sem destaque.



Premonição 6 não vai reinventar o gênero nem entrar para a lista dos melhores filmes do ano, mas pelo menos sabe rir de si mesmo. É exagerado, previsível e despretensioso, com mortes criativas o bastante para manter o público entretido. Quem já conhece a franquia vai se sentir em casa. Quem está chegando agora talvez se divirta, desde que não espere nada além de um caos cuidadosamente coreografado.




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