F1 | Crítica sem spoilers
- Gabriel Torres

- 27 de jun.
- 3 min de leitura

O diretor Joseph Kosinski, conhecido por filmes visualmente impactantes como Tron: O Legado e Top Gun: Maverick, entrega mais uma produção marcada por imersão técnica, intensidade emocional e muito estilo visual com F1. Protagonizado por um carismático e experiente Brad Pitt, o longa nos convida para dentro dos bastidores e da alma da Fórmula 1 como raramente o cinema ousou mostrar.
A trama: velocidade, redenção e rivalidade
Em F1, Brad Pitt vive Sonny Hayes, um ex-piloto que deixou as pistas carregando o estigma de promessa não cumprida. Afastado há décadas da elite do automobilismo, ele leva uma vida solta, pulando de uma experiência a outra — até receber um convite inesperado: voltar à Fórmula 1 para ajudar uma equipe em crise, à beira da falência e sem resultados expressivos há anos.

Hayes retorna como uma espécie de mentor e piloto ao mesmo tempo. Sua chegada abala as estruturas da equipe e também o equilíbrio emocional de seu jovem companheiro de time, vivido por Damson Idris (Snowfall), com quem desenvolve uma relação intensa, competitiva e cheia de conflitos.
Kosinski e a condução certeira de um blockbuster técnico
Kosinski não esconde sua paixão por grandes produções e câmeras arrojadas. Assim como em Top Gun: Maverick, aqui ele utiliza câmeras instaladas diretamente nos carros de Fórmula 1 — gravando durante provas reais das temporadas de 2023 e 2024. O resultado? Corridas filmadas com um realismo impressionante, com imagens que colocam o espectador literalmente no cockpit, sentindo cada curva, cada batida de marcha e cada ultrapassagem.

Esse realismo também se estende aos bastidores: o filme mergulha no funcionamento interno de uma equipe de F1 — da estratégia ao preparo psicológico dos pilotos, passando por tensões com engenheiros, patrocinadores e a imprensa. E tudo isso sem perder o ritmo, construindo uma narrativa envolvente até para quem não acompanha o esporte.
Brad Pitt e elenco de apoio em boa forma
Brad Pitt entrega uma das suas performances mais carismáticas em anos. Seu Sonny Hayes é um homem vivido, que carrega mágoas e orgulho ao mesmo tempo, e que reencontra significado nas pistas. Ele não está ali para ser um super-herói, mas sim um ser humano com cicatrizes e uma pilotagem que beira o instinto selvagem.

Javier Bardem, como o chefe de equipe, dá um toque excêntrico ao time e serve de âncora emocional e cômica em muitos momentos. Kerry Condon (Os Banshees de Inisherin) aparece como a engenheira-chefe e entrega uma personagem precisa, racional e crucial para o funcionamento da equipe.

Mas o destaque vai também para Damson Idris, que representa o novo, o impetuoso, o talento bruto que ainda precisa encontrar maturidade — e que se vê dividido entre aprender com Hayes ou destruí-lo.
O ponto fraco: o CGI nos bastidores
Se há uma crítica mais clara ao filme, ela recai sobre o uso do CGI em algumas cenas fora das pistas. Por mais que Kosinski seja reconhecido por seu domínio da computação gráfica, em certos momentos o efeito soa artificial — especialmente em áreas como o grid de largada ou os boxes, quando há personagens interagindo em ambientes digitais. Não chega a comprometer a experiência, mas tira um pouco da imersão que o filme constrói tão bem durante as corridas.

Fórmula 1 como emoção pura
Mesmo para quem não acompanha Fórmula 1, F1 é envolvente. Mas para os fãs, especialmente os que viveram os anos 1990 e início dos anos 2000, o filme resgata aquela adrenalina raiz das manhãs de domingo. A emoção, o drama e a tensão estão lá — mas com um olhar humano, que valoriza o esforço coletivo das equipes, as dores dos pilotos e os bastidores do esporte de elite.

A presença de pilotos reais e a ambientação durante corridas autênticas reforçam a autenticidade da experiência. E mais: o filme não tenta ser apenas sobre carros — ele é sobre pessoas.

Veredito Canal Bang
F1 é mais do que um filme sobre corridas. É uma história sobre superação, reconexão e paixão por aquilo que nos move. Mesmo com alguns tropeços visuais, o longa se destaca como uma experiência cinematográfica imersiva, com direção firme de Kosinski e um Brad Pitt em ótima forma.
Vale — e muito — a ida ao cinema. De preferência, em uma tela grande e com o som lá em cima.

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