Thunderbolts* | Crítica sem spoiler
- Sammy Liuara
- há 5 dias
- 3 min de leitura
Uma equipe de anti-heróis é recrutada para uma missão perigosa. Yelena Belova, Bucky Barnes, Guardião Vermelho, Fantasma, Treinadora e John Walker formam o grupo de desajustados e rejeitados que, pegos numa armadilha pela diretora da CIA Valentina Allegra de Fontaine, são obrigados a embarcar num plano ofensivo que os fará confrontar seus maiores traumas e cicatrizes do passado.

Thunderbolts entrega exatamente o que prometeu, e faz isso muito bem com intensidade e personalidade. Desde os trailers, a Marvel foi clara quanto a proposta, e o filme cumpre tudo o que foi anunciado. Não é uma nova versão de Esquadrão Suicida, como muitos especularam. Não é um filme que vive de reviravoltas ou teorias mirabolantes e isso está longe de ser um problema. A proposta aqui é clara, e quem entra na sala de cinema disposto a abraçá-la vai sair satisfeito. É importante deixar de lado as expectativas alimentadas por comentários na internet e dar ao filme a chance de se sustentar por si só. E ele sustenta, com cenas bem dirigidas, personagens interessantes e um ritmo envolvente.

A proposta aqui é diferente: anti-heróis com passados densos e complicados, reunidos contra a vontade para enfrentar um mal maior. O filme não força a barra com discursos sobre amizade ou redenção forçada. Ao invés disso, mostra um grupo que funciona na base da tensão, mas que, quando está em ação, entrega combates coordenados e com um impacto visual que merece destaque.

As cenas de luta são um dos grandes triunfos do filme. Coreografias bem construídas, ritmo intenso e uma direção que sabe como prender o olhar do público em cada movimento. A Marvel acerta em cheio nesse aspecto, oferecendo ação de qualidade sem perder o fio narrativo.
Mas o grande destaque com certeza vai para Yelena, interpretada por Florence Pugh, que é o centro emocional do filme. A atuação é intensa, sensível e honesta. A história gira em torno dela e com razão. Ela sustenta o protagonismo com uma entrega que nos faz sentir cada silêncio, cada escolha, cada cicatriz. Sem exagero… mas Florence Pugh carrega o filme com força e merece aplausos.

E para equilibrar o tom mais sombrio, temos o Guardião Vermelho, vivido por David Harbour, que traz o alívio cômico na medida certa. Ele não é o herói mais brilhante do grupo e nem tenta ser. Mas sua presença funciona como a leveza necessária entre os conflitos internos e os momentos de tensão, garantindo risadas e tornando o filme ainda mais equilibrado.

Já Bucky Barnes, vivido por Sebastian Stan, é uma peça curiosa do quebra-cabeça. Embora tenha sido promovido como um dos protagonistas, lado a lado com Yelena, o filme não explora muito sua história ou seus traumas. Não espere ver o lado sombrio do Soldado Invernal ou aprofundamentos na vida pessoal dele, isso simplesmente não acontece. Ainda assim, ele se encaixa bem na narrativa e exerce um papel importante dentro do grupo.

Outro destaque vai para Lewis Pullman como Bob. Mesmo sendo um personagem novo, ele entrega uma atuação intensa e consistente. A introdução é eficiente e o personagem tem potencial para crescer dentro do MCU. Sobre o Sentinela, foi dito que ele seria mais forte do que todos os Vingadores juntos, e não foi marketing. A presença do personagem é impactante, tanto em força quanto em ameaça, e ele entrega exatamente o que foi vendido: um poder quase incontrolável e uma presença que domina a tela.

Do começo ao fim, o filme mantém um padrão de qualidade estável. Não cai em ritmo e não perde foco. É consistente, intenso e emocional. E talvez o mais importante, Thunderbolts contradiz todas as previsões pessimistas que circulavam antes da estreia. Muitos disseram que o filme seria um fracasso, por não ter personagens “fortes o suficiente” ou uma história convincente. A verdade é o oposto.

É um ótimo filme. Um que dá vontade de assistir duas vezes. Que entrega exatamente o que vendeu. Que humaniza, emociona e entretém. E que mostra que, às vezes, o verdadeiro poder está em encarar a dor e ainda assim, seguir lutando.


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