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O Protetor: Capítulo Final | Crítica sem Spoilers

Robert McCall está de volta. A dupla Antoine Fuqua e Denzel Washington estão colaborando pela 5ª vez.

Com a moda atual de heróis de ação "idosos" como Liam Neeson em Busca Implacável e os Mercenários com a nata dos heróis de ação dos anos 80 tentando buscar uma fatia desse mercado, é fácil esquecer que Denzel Washington fazia isso antes de todos ou, pelo menos, uma década antes, desde seu papel como ex-agente da CIA, John Creasy, destruindo metade do México em Chamas da Vingança, de Tony Scott.

Chamas da Vingança

Com filmes como John Wick explodindo nas bilheteiras com séries e spin-offs a caminho, seria natural a Sony tentar surfar nessa onda. O problema é convencer Fuqua e a força da natureza Denzel Washington a voltarem à ativa em uma sequência, algo que os atores e atrizes desse patamar jamais aceitariam. Então, como isso aconteceu? Tenho minhas teorias, claro; dinheiro, apego ao personagem por Washington, a dupla de o Dia de Treinamento de volta em um novo projeto? Ou simplesmente um ótimo roteiro para justificar um 3º filme? Enfim, acredito que todas as opções acima estariam corretas, sendo a última o fator definitivo, mesmo depois de 4 anos desde O Protetor 2 com o queridinho de Hollywood, Pedro Pascal.

Para quem vai seguir lendo essa crítica sobre a terceira abordagem desse personagem icônico, como prometido no título, não citarei spoilers desse filme em si. No entanto, para um contexto geral, vou citar alguns pontos-chave dos dois filmes anteriores. Para quem nunca viu ambos, podem seguir lendo ou parar por aqui, ir em busca dos filmes e voltarem.


Enfim, seguindo:


Vamos começar pela sinopse: "Na Sicília, um traficante italiano e seu filho param em um jipe em uma vila isolada. Espalhados pelo pátio rústico, que, em dias melhores, seria um local ideal para férias, estão os corpos ensanguentados e desmembrados de um exército de capangas. O homem sai do jipe com uma pistola, deixando o garoto no veículo. Ele e um de seus capangas entram na casa, onde descobrem mais corpos cujas causas de morte, crivadas de balas e rostos cortados por uma faca de açougueiro, ficam cada vez mais horríveis. O famoso assassino que virou fantasma, Robert McCall (Denzel Washington), está sentado sob dois homens armados. McCall é o prisioneiro ou são eles? Ele, é claro, os despacha com facilidade, pegando um molho de chaves do corpo do traficante morto que contém o que McCall veio recuperar".


Quem já está a par da situação sabe o que McCall consegue fazer com suas habilidades, depois de um filme de 'origem', que mesmo no primeiro longa, seu passado é misterioso e obscuro. Isso é esclarecido com o andar do filme e exposto na parte 2. Uma das coisas que filmes como John Wick e Busca Implacável foram pelo mesmo caminho como sucessos.

Diferente de seus 'filmes irmãos', O Protetor 3 não foca especificamente na ação. McCall é um cara que simplesmente não está procurando confusão, mas de alguma forma, para contexto narrativo e para termos um filme, essa confusão sempre acaba achando ele. Sem querer me repetir muito, fiquei na sala de cinema ponderando se ele tivesse um adversário como Wick e Mills, mas depois de ver seu modus operandi, acho que ambos seriam mais corpos em seu caminho.

McCall, também tem seus fantasmas do passado. Ele tem plena consciência de que ele faz o que faz para tentar livrar sua "consciência", vendo injustiças ao seu redor. Ele mesmo duvida de si próprio se suas ações o tornam um ser humano bom ou ruim. Essa é a parte mais genérica que vemos, onde vimos isso? John Wick e seu cachorro e Bryan Mills com sua filha.


Aqui é onde as nuances acabam. Diferente de seus parceiros dos outros filmes, ele segue uma 'vingança' sem filtros. Ele é um assassino a sangue frio e, para 'justificar' seus atos, ele usa todos os seus conhecimentos e técnicas para atropelar tudo e a todos, da forma mais violenta e gráfica possível.

A violência brutal e, em alguns momentos, "overkill" ou assassinatos exagerados, são a marca registrada da trilogia. Me lembra seu personagem em Chamas da Vingança, onde ele sai numa fúria assassina para resgatar uma menina que estava a seus cuidados, outra reunião que ocorre aqui, é entre Washington e Dakota Fanning, que causaram todo o caos em Chamas da Vingança. Ela aqui reaparece 20 anos depois, desta vez como uma agente da CIA, mas a nostalgia de vê-los juntos e a relação entre os dois é uma dos pontos fortes do filme.

O filme é um ótimo final de um trilogia improvável, como o título nacional sugere. Mas com seu sucesso nas bilheteiras, acho difícil deixarem Robert McCall em paz, pelo menos não em outra sequência. O próprio Fuqua já falou que tem planos rejuvenescendo Washington para um prequel.


Nesse caso específico, não posso deixar de focar novamente nos filmes de vingança de um homem só. Nesse quesito, não é uma daquelas situações de quem veio primeiro, o ovo ou a galinha; John Wick saiu no mesmo ano em 2014, porém é um filme em que a ação circense e plastificada é o foco principal, temos cenas violentas mais palatáveis para serem acessíveis para uma audiência maior. Busca Implacável chegou em 2008, seguido por pobres sequências. Aqui, a violência é palpável, sem cenas escuras, ou cenas que o contexto da violência crua nos deixa a supor o que ocorreu. Nesse caso, O Protetor 3 supera todos pela 'humanidade' do personagem. E sem querer comparar já comparando com Keanu Reeves e Liam Neeson. Denzel Washington se encontra em outro patamar.

No fim das contas é uma das melhores sequências já vista, quebrou o paradigma de que o 3º filme sempre seria o elo mais fraco. Aqui ele consegue ser tão bom quanto o primeiro e até melhor em certos aspectos, e atropela com folga o 2º filme.


O Protetor: Capítulo Final estreia hoje na Cinesystem e em outros cinemas nacionais.



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