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Transformers: O Despertar das Feras | Crítica

Transformers: O Despertar das Feras, do diretor Steven Caple Jr., funciona bem como uma correção de curso inteligente no contexto do restante dos filmes da Paramount dirigidos por Michael Bay. O objetivo aqui é atrair uma nova geração de fãs, respeitando os mais nostálgicos com easter eggs e boas lembranças dos desenhos animados dos anos 80 e 90. O Despertar das Feras encontra um pouco de tempo para homenagear peças clássicas e antigas da narrativa dos Transformers, como por exemplo a animação original de 1986. Mas quando se trata de maximizar, ou seja, capitalizar e fazer uso interessante dos personagens da série animada Beast Wars, o longa fica aquém, o que é decepcionante, mas não exatamente uma surpresa.



Embora "O Despertar das Feras" reúna personagens de um passado distante e de um futuro distante, o filme se passa principalmente em 1994 e conta a história de como um humano desavisado acaba se tornando um dos amigos mais importantes de um antigo Cybertronian. Como um jovem veterano do exército, tudo o que Noah Diaz (Anthony Ramos) realmente deseja é encontrar um emprego para poder sustentar seu irmãozinho Kris (Dean Scott Vazquez) e sua mãe Breanna (Luna Lauren Velez). Com a dificuldade de conseguir um emprego, Noah acaba se metendo em um roubo de carros com seu amigo Reek (Tobe Nwigwe) e vê sua vida virar pelo avesso após essa péssima escolha.



Em sua primeira noite de crime, Noah planeja roubar um Porsche 964 Carrera RS 3.8 prata e azul. Assim que ele finalmente consegue criar coragem para entrar no carro, vem a surpresa! O veículo liga sozinho e começa a dirigir em resposta a uma mensagem de rádio pedindo que os Autobots se reunam, deixando Noah totalmente assustado e aterrorizado. Anthony Ramos está bem até aqui e convence no papel trapalhão, o cara tem o timming certo para as piadas e fez a sala inteira do cinema rir em alto e bom som em algumas cenas.


A Autobot Arcee em ação!


Vale lembrar que, por mais previsível e um tanto desajeitado que este filme seja em alguns pontos, ele não deixa de ter os seus encantos, como as maneiras inteligentes e chamativas em sua primeira sequência de perseguição nos apresentando o primeiro Autobot: Mirage (Pete Davidson). O Autobot é de longe uma das melhores coisas do filme, claramente o diretor quer que a gente crie um vínculo com este robô, não só pelo seu jeito irreverente, mas também pelo humor e carisma que o personagem carrega, de cara você gosta e torce por ele.


Em 20 minutos de filme fica bem claro que Noah e Mirage serão o núcleo emocional de O Despertar das Feras. Mas, em vez de usar seu tempo criteriosamente para garantir que sua dinâmica de amizade entre humanos e robôs alienígenas tenha força suficiente para sustentar a história, o filme divide seu foco entre Noah, os Autobots e Elena Wallace (Dominique Fishback), uma arqueóloga e pesquisadora de objetos misteriosos de origem indeterminada.



Na verdade, é o trabalho noturno de Elena em uma estranha estátua antiga de uma águia que realmente coloca em movimento a maior parte da história. Mas ao contrário de Noah, que sempre sente que está sendo movido de uma cena cuidadosamente elaborada para construir seu enquadramento heróico, Elena constantemente parece uma espécie de reflexão tardia que acaba sendo sobrecarregada com discursos de exposição para o diálogo. A atriz Dominique Fishback faz o seu melhor com o pouco que o roteiro de O Despertar das Feras lhe dá, por outro lado Anthony Ramos é capaz de brilhar como uma presença cômica e um tanto dramática ao lado do Autobot Mirage.


Mesmo que esse longa seja um aceno para a série animada Beast Wars, a pegada de O Despertar das Feras já é bem diferente dos filmes anteriores da franquia, o que já significa algo positivo.


Semelhante ao seu homólogo dos desenhos animados, Unicron (Colman Domingo) é um ser devorador de planetas de proporções tão grandes que precisa de emissários para ajudá-lo a encontrar planetas para se alimentar. Sim, é isso mesmo que você pensou, Unicron é uma espécie de "Galactus" faminto em busca do próximo planeta pra jantar, e a terra é o prato principal. Ideia já meio batida, mas dentro do roteiro proposto deste filme, recheado de robôs alienígenas colossais, diverte e funciona. A presença de Unicron é um dos elos mais fortes que O Despertar das Feras tem com os filmes mais antigos da Paramount como é caso de Transformers: O Último Cavaleiro (2017), onde o personagem foi provocado. Mas, em vez de seguir os tópicos desse filme, aqui o personagem existe mais como uma presença iminente e distante, e envia os seus lacaios: Terrorcons Scourge (Peter Dinklage), Nightbird (Michaela Jaé Rodriguez) e Battletrap (David Sobolov) para colocar em prática o seu plano destrutivo.


Quando foi anunciado pela primeira vez que a Paramount finalmente introduziria elementos de sua série Beast Wars na franquia Transformers, uma das questões mais interessantes que pairavam sobre este filme era como ele abordaria personagens como Optimus Primal (Ron Perlman), Airrazor (Michelle Yeoh) e Cheetor (Tongayi Chirisa). Apesar de estarem diretamente conectados, os desenhos originais de Transformers e Beasts Wars foram cronologicamente e logisticamente separados, por isto parecia improvável que O Despertar das Feras seguisse a rota para uma adaptação direta. Mas desde o título do filme, já se esperava que os Maximals iriam desempenhar um papel bastante significativo no enredo, e quando o crossover acontece no terceiro ato é de encher os olhos. Destaque para as diversas cenas em CGI de manhã, muito bem feitas! Tá super bem feito, nota 10 pra equipe de efeitos especiais.


Bumblebee e Cheetoh


Para ser bem claro, todos os Maximals parecem fantásticos, são feras mecânicas terrivelmente bacanas de se ver na tela grande. Mas, no final das contas, os Maximals realmente acabam servindo apenas para aumentar o time dos Autobots, pois o filme traz os robôs humanoides do bem e os robôs explicitamente nefastos juntos para uma luta final pelo destino de vários mundos.



Como muitos filmes dos Transformers anteriores, este aqui coloca uma quantidade excessiva de foco em seu protagonista humano, que muitas vezes sente que está puxando o foco em um filme que realmente deveria ser apenas sobre guerra entre robôs. O Longa tenta diferenciar Noah de outros heróis humanos Transformers como Sam Witwicky do primeiro filme, dando a ele um meio legítimo de seguir os Autobots para a batalha. Mas a maneira como o filme sustenta Noah tem o efeito colateral não intencional de deixar claro que O Despertar das Feras não dá muito palco para a personagem Elena fazer em seus atos finais, infelizmente, a personagem é legal, mas aos 45 minutos do segundo tempo Noah ganha até uma espécie de "super armadura alienígena" que deixaria Tony Stark com inveja, até o famoso pouso do herói acontece.


Especialmente em seus atos finais, o longa realmente mostra como deveria ser o filme dos Transformers desde o primeiro da franquia. Grande, explosivo e divertido. Se a Paramount errou no passado em vários filmes da franquia, neste recomeço aqui acertou, e colocou um sorriso no rosto dos fãs, da mesma forma que conseguiu com o sucesso do Spin-off Bumble Bee.



Momento "Ironman" no filme!


A cereja do bolo, vem no final, lá bem no final mesmo, antes de subir os créditos, quando Noah está em uma entrevista de emprego, logo após salvar o mundo, e se depara com o Agente Burke, que agradece por seu heroísmo, e faz um convite para o protagonista se alistar no G.I. Joe! É isso mesmo meus caros amigos, a Hasbro não está de brincadeira, e teremos sim um crossover entre Transformers e G.I. Joe!


Por fim, eu realmente não entendi o motivo da "crítica especializada" ter falado tão mal desse filme, me diverti assistindo, tem facilitações de roteiro? Tem! Mas isso não tira o brilho do longa, fazendo com que as 2 horas e 7 minutos passem até rápido e de forma divertida para o público.


CGI impecável, referências, muitos easter eggs, cenas de ação empolgantes e muitas explosões.



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