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Suspeito de ataque incendiário ao estúdio Kyoto Animation é acusado de assassinato no Japão

Nesta última quarta-feira, os promotores japoneses acusaram um homem de assassinato pelo incêndio criminoso do ano passado contra a Kyoto Animation (clique aqui e relembre o caso), o estúdio familiar responsável por vários filmes de animes e séries de televisão internacionalmente aclamados.


Estúdio na manha de 18 de julho de 2019 no Japão.

O suspeito, Shinji Aoba, 42 anos, foi detido imediatamente após o incêndio, mas as autoridades locais tiveram que esperar meses para que ele se recuperasse de graves queimaduras antes de colocá-lo formalmente sob prisão. O Ministério Público de Kyoto então o manteve confinado por seis meses para uma avaliação mental.


Trinta e seis pessoas morreram no ataque e 33 ficaram feridas, muitas delas com queimaduras graves. O incidente é considerado o maior assassinato em massa do Japão desde a Segunda Guerra Mundial.


Os promotores disseram na quarta-feira que Aoba foi acusado de cinco crimes, incluindo assassinato, tentativa de homicídio e incêndio criminoso. A emissora nacional do Japão, NHK, relatou que especialistas médicos consideraram Aoba mentalmente apto para ser responsabilizado criminalmente por suas ações por causa do elaborado planejamento que foi usado no ataque.


Na véspera do incidente de julho de 2019, Aoba explorou a área ao redor do prédio de produção principal da Kyoto Animation, comprando um carrinho em uma loja de ferragens local e cerca de 10 galões de gasolina em um posto de gasolina próximo. Ele então levou o combustível para um parque onde passou a noite em um banco. Na manhã seguinte, ele empurrou seu carrinho até as portas do estúdio e o acendeu, supostamente gritando "Morra!"


Arte com vários personagens das obras do estúdio pedindo conforto às famílias afetadas pelo crime.

Um funcionário sobrevivente da Kyoto Animation descreveu o pulo de uma janela do segundo andar enquanto o calor escaldante e a fumaça negra rugiam pelo prédio. Muitas das vítimas tentaram escapar por uma escada central, mas morreram de envenenamento por monóxido de carbono antes de chegar ao telhado, de acordo com um relatório de incêndio.


A mídia japonesa, citando fontes policiais não identificadas, relatou na sequência que o motivo de Aoba foi a crença de que a Kyoto Animation havia roubado um romance que ele escreveu.


O incidente chocou o Japão profundamente. O país tem taxas extremamente baixas de crimes violentos e as vítimas eram especialmente apreciadas no mundo do anime. A Kyoto Animation, afetivamente conhecida como KyoAni por seus fãs, há muito tempo é famosa por sua cultura de trabalho positiva e com um tema otimista, uma narrativa do tipo "slice of life" (em tradução livre: Coisas da Vida ou Lances da Vida). Fundada pelo casal Yoko e Hideaki Hatta em 1981, a empresa também tinha a reputação de empregar mulheres artistas e nutrir as carreiras de sua equipe, algo raro na notoriamente violenta indústria de anime do Japão.


Yasuhiro Takemoto, veterano no estúdio e responsável por algumas obras muito populares do estúdio; uma das vítimas do incêncio.

Depois que a alegação de Aoba veio à tona, a Kyoto Animation empreendeu uma investigação interna e descobriu que realmente havia recebido um rascunho do manuscrito com o nome de Shinji Aoba. A obra foi entregue à polícia e seu conteúdo nunca foi divulgado publicamente. A Kyoto Animation disse que o trabalho não tem semelhanças com nenhum de seus filmes ou séries lançados.


Em sua única entrevista individual desde o incidente, Hideaki Hatta, o CEO do estúdio de 69 anos, disse no ano passado que seus pensamentos e energia seriam direcionados apenas para fornecer conforto às vítimas e reconstruir o estúdio para seus fãs. Sobre Aoba, ele apenas disse:


"Ele não existe em minha mente. Este não é um ato humano. Isso não é algo que um humano seja capaz. Já fui além do ódio."



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