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Spencer | Crítica (Sem spoiler)

Atualizado: 11 de fev. de 2022



Spencer nos deu uma das melhores interpretações da Princesa Diana, se não a melhor. Digo isso sem medo de errar. Não é atoa o tanto de elogios que Kristen Stewart recebe, desde o lançamento do longa dirigido por Pablo Lorrain, e escrito por Steven Knight. Por muitos momentos fiquei impactado com tamanha semelhança entre a eterna Lady Di e Stewart. O diretor também sabe disso, e nos proporciona ângulos fantásticos, nos remetendo a mergulhar no passado, retomando uma época muito delicada na vida da mulher mais fotografada do mundo. Não estou só falando de aparências, mas de atuação também. Stewart conseguiu retratar impecavelmente os trejeitos de Diana, a forma introvertida na frente das câmeras, o modo de agir com os íntimos, além da forma como se posicionar. O melhor de tudo foi que ela conseguiu entregar tal performance do seu jeito. O estalar da língua, sua marca registrada, a denuncia. Isso é encantador.




O roteiro é simples, mas objetivo e nos entrega uma profunda dor que podemos sentir em cada pensamento vindos de Lady Di. Vale ressaltar que a história se passa de forma ficcional sobre o que Diana pôde ter passado no período natalino junto da Familia Real. Basicamente, estamos voltando a época onde o casamento de príncipe Charles (Jack Farthing) e da princesa não está mais como antes. Depois da descoberta da traição mais recente, Diana não consegue mais manter as aparências. Passar três dias na época de natal na casa de campa da família Real não é uma boa ideia nas condições atuais. Ela está cansada de seguir regras, cansada de ser monitorada o tempo inteiro, cansada de lhe transformarem numa espécie de marionete, onde ela é feita só para acenar e sorrir. Aos poucos, de forma gradativa, observamos a tortura que apenas três dias podem causar. Ninguém é de ferro, mesmo sendo alguém da realeza. Em matérias antigas sobre Lady Di, vemos o quão a princesa era verdadeiramente humana. Não tinha roteiro, não tinha ensaios. Ela era intensa. Stewart conseguiu nos passar exatamente toda essa intensidade de forma brilhante.



Mas, por que, Spencer? Spencer vem do sobrenome de solteira da princesa Diana, e no filme entenderemos o motivo do titulo. A todo instante, Diana volta ao seu passado como criança, sentindo a falta da sua infância. A época em que nada disso existia, nada de coroa, nada de fotógrafos, nada de casamento... Suas forças são recarregadas com seus filhos William (Jack Nielen) e Harry (Freddie Spry), mas Lady Di também recebe uma ajuda especial de uma de suas ajudantes favoritas Maggie (Sally Hawkins), mas tal amizade pode ficar ameaçada, pois tais intimidades com funcionários não vista com bons olhos pela coroa. Não poderia deixar de exaltar também a performance de Stella Gonet que deu vida a, quase centenária, Rainha Elizabeth II. Sua elegância na tela, a forma de agir e a descrição, além dos olhares de repreensão foram divinos.



A música ficou por responsabilidade de Jonny Greenwood, que trabalhou também no indicado ao Oscar "Ataque de Cães". Em "Spencer" seu trabalho ficou fabuloso, acertando em momentos intensos e tristes. Melancólico, mas emocionante. A fotografia teve a assinatura de Claire Mathon, onde trabalhou nos filmes "Retrato de uma mulher em chamas", "Atlantic", "Angela e Tony" entre outros. A beleza da cinematografia de "Spencer" é impressionante. Delicada e sombria ao mesmo tempo, concluindo com elegante. Não precisamos entender sobre fotografia para perceber o quão esse trabalho ficou impecável. Basta dar uma olhada nas imagens, e assistir ao filme.



Por fim, posso ser criticado, mas não retiro minhas palavras quando digo que Kristen Stewart merece receber o Oscar. Sua evolução como atriz é extraordinariamente maravilhosa e digna de aplausos. Valeu cada minuto das 1h e 51 minutos de duração do longa. Spencer é uma obra de arte.






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