top of page

Pobres Criaturas | Crítica sem Spoilers


Você sabe que alcançou sucesso em Hollywood quando seu estilo é instantaneamente reconhecível, e o diretor grego Yorgos Lanthimos, a mente irreverente por trás de filmes peculiares como A Favorita e O Lagosta, conseguiu isso. Não apenas seus personagens totalmente desconectados deixam uma impressão inquietante, mas os mundos que ele constrói são um playground de fantasia cheio de peculiaridades e libertinagem, forma leve e cômica.


Com Pobres Criaturas, ele dá vida a outra história selvagem com sua assinatura habitual, desde personagens memoráveis até um design de produção impressionante. No entanto, Lanthimos também consegue fazer com que a história pareça mais "humana" do que seus outros projetos, à medida que exploramos a vida e a feminilidade pelos olhos da (Garota Frankenstein) Bella Baxter.

Não é exagero dizer que você provavelmente nunca viu uma performance como a de Emma Stone. Nesta adaptação do romance de Alasdair Gray, de uma mulher adulta com a mente de uma criança que embarca em uma jornada de autodescoberta por fantásticas paisagens urbanas em uma mistura steampunk com era vitoriana. Essa fusão de elementos históricos com uma visão futurista proporciona uma experiência única e fascinante para nós, especialmente com as transições iniciais do preto e branco para o colorido vivo.


O filme também é um verdadeiro espetáculo de habilidades na comédia física e com jogos de palavras afiadas, tudo isso em prol de um desenvolvimento de personagens convincentes e autênticos.

Não seria um típico filme de Lanthimos sem aquela sensação desconfortável e perturbadora, como o uso de uma mulher altamente sexualizada com a mentalidade de uma criança para provocar risos. No entanto, isso não é novidade quando se trata de contos de fadas, que frequentemente exploram heroínas por sua inocência e ingenuidade. A dúvida que fica é se o filme torna isso mais aceitável e se essa é realmente a intenção a ser passada.


É responsabilidade do longa responder a isso? Ou será que estamos diante de um debate controverso pós-filme que todos precisamos encarar?

Em minha experiência durante as 2:21 de filme, todas as cenas que exploram a sexualidade de Bella não pareceram incomodar; muito pelo contrário, achei honestas e até cômicas. Tudo justificado pela curiosidade da personagem de Stone e sua personalidade excêntrica que busca essa experiência e realiza todas essas descobertas junto conosco, os espectadores.


Embora o filme seja de Emma Stone, todos os coadjuvantes estão excepcionais e surpreendentes. Willem Dafoe destrói mesmo com toda maquiagem e próteses. Mas é Mark Ruffalo quem brilha; ele está tão freneticamente divertido e com seus maneirismos, que considero este o melhor papel de sua carreira.

Pobres Criaturas é Insano, ingênuo e sexy nas melhores e mais estranhas maneiras. Stone e Lanthimos parecem os colaboradores mais improváveis de Hollywood, mas quase como uma das criações de Frankenstein, eles emprestam diferentes partes de seus talentos e mentes criativas para dar vida a uma dupla estranha e fantástica.


Pobres Criaturas já se encontra em cartaz na Cinesystem.



Siga nossas redes sociais e inscreva-se em nosso Canal no Youtube!

Twitter: @realcanalbang           

Instagram: @canalbangoriginal  

0 comentário
bottom of page