O destino não tem misericórdia.
Afie as espadas e prepare as piras funerárias: um viking está em busca de vingança cega em O Homem do Norte, e os cadáveres continuam se acumulando cada vez mais neste épico de ação do diretor e co-roteirista Robert Eggers.
Escrito em colaboração com o autor islandês Sjón (“Lamb”, “Dançando no escuro”), O Homem do Norte é sangrento, sujo, alucinante – e é Entretenimento de qualidade.
Uma visão de como a violência gera violência e um estudo de como uma vida dedicada ao ódio e à vingança pode levar a verdades desconfortáveis, este é um filme que faz jus a todas as histórias em quadrinhos e bandas de metal já lançadas sobre esse mundo, conquistadores brutais de eras passadas.
O Homem do Norte é um filme que não deveria existir – não em sua escala, não nos dias de hoje. É um épico inabalável de fogo e gelo, de amor ardente e vingança servida em um prato frio. É uma história focada na lenda, mas a maioria dos espectadores provavelmente estará familiarizada.
Nosso protagonista, o príncipe Amleth, deve vingar a morte de seu pai e resgatar sua mãe das garras de seu tio (ou assim ele pensa).
Como o diretor Robert Eggers conseguiu convencer um estúdio a pagar mais de cem milhões de dólares para que ele pudesse adaptar essa lenda em um filme viking com classificação 18 anos, ultraviolento, artístico, mas historicamente preciso, está além do meu conhecimento. Mas estou feliz por ele ter conseguido esse feito!
Abrimos com o jovem príncipe Amieth (Oscar Novak que também está em The Batman) correndo para contar a sua mãe, a rainha Gudrún (Nicole Kidman) sobre o retorno do rei Aurvandil (Ethan Hawke), cuja chegada é celebrada com um banquete que inclui piadas do bobo da corte, Heimir (Willem Dafoe). Aurvandil e Heimir logo iniciam o jovem Amieth em um ritual que lhe permite explorar seu lobo interior, e o momento não poderia ser melhor: Aurvandil logo depois é assassinado por seu irmão Fjölnir, deixando o jovem príncipe fugindo em um barco a remo, entoando que iria matar Fjölnir e um dia resgatar Gudrún de suas garras.
Seja você um aficionado por história, cinéfilo ou apenas procurando uma noite de entretenimento, há muito o que amar em O Homem do Norte.
A Fotografia é linda em todos os momentos do longa, fazendo uso de interiores iluminados por fogo, iluminação externa natural e as vistas deslumbrantes da Irlanda e da Islândia, onde grande parte do filme se passa.
Beleza e horror frequentemente se unem na tela, criando um tom sombrio e ameaçador que persiste durante a maior parte do filme. Nem todas as cenas são cheias de sangue e trovões, mas a tensão incessante o manterá sempre esperando a violência que está por vir. Há também um várias cenas filmadas em plano sequencia verdadeiramente impressionantes que ajudam a criar uma experiência assustadoramente imersiva.
Os atores também fazem um bom trabalho no geral. Enquanto a química entre os dois protagonistas, Alexander Skarsgård e Anya Taylor-Joy, é inconsistente, a dupla tem um bom desempenho e, finalmente, sentimos a paulada emocional exigido pela ação final de cair o queixo. Eu, no entanto, gostaria de mais tempo de tela para o incomparável Willem Dafoe, mas quem não gostaria?.
Como um grande fã dos filmes anteriores de Robert Eggers, como A Bruxa e O Farol, sinto que O Homem do Norte falta alguma das estranhezas características do diretor. Isso não quer dizer que o filme é totalmente desprovido do estranho, ou qualquer pegada humorística, mas eu suspeito que alguns dos aspectos especiais mais estranhos de Eggers foram descartados na edição.
Ele afirmou que este é o seu corte final do filme e, por mais verdadeiro que seja, espero ver uma versão estendida em algum momento.
Então, você deveria ir ver O Homem do Norte? Você quer ver um filme que não tenha medo de explorar aspectos sombrios da história humana e inclinações assustadoras da natureza humana? Você quer sentir a bomba de testosterona sem remorso de Conan, o Bárbaro e a estética de Ridley Scott em Gladiador?
Se você quer experimentar um filme diferente da maioria que você já viu ou verá novamente, então, sim, você realmente precisa ver O Homem do Norte.
Torço para que este filme conseguir se tornar um sucesso financeiro. Porém acho difícil isso ocorrer, como citei mais acima, não é a melhor época de um filme como O Homem do Norte realmente chegar, apesar da crítica estar chamando o longa de obra-prima e do público mais seletivo ter adorado o filme, estamos ainda vivendo na bolha de franquias já estabelecidas, como os filmes de super-heróis, reboots e sequências.
Ainda estamos vivendo a época da nostalgia.
Porém com toda certeza é um filme que resistirá ao tempo, e independente de seu sucesso comercial na época de seu lançamento, espero realmente que Eggers tenha mais oportunidades de explorar o lado diferente e ir contra a correnteza em seus trabalhos.
Tenho total confiança que estaremos discutindo esse filme anos a fio.
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