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Não! Não Olhe | Crítica sem Spoilers

O terceiro filme de Peele não é tão envolvente quanto 'Corra!', nem tão assustador quanto 'Nós', mas abre novos caminhos para o cineasta.

Há muito aclamado por seu trabalho como comediante de sketches, Peele provou ser um formidável cineasta de terror logo de cara quando sua estreia em 2017, Corra !, ganhou o Oscar de melhor roteiro original. Us seu filme seguinte de 2019, mostrou que sua propensão ao horror com mais consciência social não era um acaso. O filme pode ter recebido uma resposta menos acalorada do que Corra!, mas foi super bem escrito com sua pegada apontando a sociedade como um todo e as disparidades raciais.


Em Não! Não Olhe!, Peele novamente subverte os gêneros clássicos de terror para fornecer comentários sociais contundentes, mas abre novos caminhos para Peele, que deu um passo à frente na ficção científica para fazer um filme alienígena atípico que fornece muitos calafrios e assuntos para refletir.


O filme apresenta um elenco sólido, incluindo a atriz Alice Keke Palmer, a estrela de The Walking Dead, Steven Yeun, Michael Wincott de The Crow e o ator de The OA, Brandon Perea em um papel de destaque.


Na frente e no centro, no entanto, está Daniel Kaluuya. Depois de estrelar em Corra !, o ator volta a trabalhar com Peele, sustentando uma dupla que pode se tornar tão confiável quanto a de Martin Scorsese com Leonardo DiCaprio, ou a de Tim Burton com Johnny Depp.

Em Não! Não Olhe!, o desempenho contido de Kaluuya é tão impactante como sempre, mas os ingredientes de seu personagem, Otis Junior 'OJ' Haywood, não dão tanto peso quando comparados com Chris Washington de Corra!.


Não foi apenas OJ que sofreu com isso. Foi preciso esforço para se sentir emocionalmente investido na maioria dos personagens do filme, apesar da proeza de seus atores. Embora Palmer e Perea tenham atuações excepcionais e enérgicas como Emerald Haywood e Angel Torres, seus personagens pareciam um pouco distantes e com pouca substância.

Os mais interessantes foram, talvez, Jupe, de Yeun, e Otis Senior, de Keith David, que não tem mais de cinco minutos de tela ao longo das duas horas do filme, mas tem um lugar simbolicamente mais atraente no filme.


É entre esses dois personagens que, talvez, a intenção de Não! Não Olhe! possa ser melhor compreendida.


Jupe era um ator mirim em um seriado intitulado Gordy's Home até que sua co-estrela o chimpanzé entrou em uma fúria assassina, matando um colega de elenco e ferindo outro. Como homem, ele aprendeu a capitalizar seu trauma, engolindo sua angústia enquanto deixa as pessoas pagarem muito dinheiro para ver os adereços ensanguentados da sitcom.

A ideia do espetáculo, ou o que as pessoas estão dispostas a pagar por isso, é um dos pontos principais do filme. Mesmo o confronto com a força alienígena no filme serve como reflexo da fixação da humanidade pelo o que choca e o desconhecido.


Outro fator importante do conceito Não! Não Olhe! é a marginalização do talento negro na história do cinema. Os Haywoods no filme são descendentes de um treinador de animais fictício que foi a primeira pessoa a aparecer em um filme, mas há muito tempo não é creditado.


O personagem é vagamente baseado na verdade histórica e derivada do jóquei não identificado nas placas de filme de 1887 Animal Locomotion, considerado por muitos como o antepassado do cinema.

Os filhos de Haywood assumem o manto de continuar o negócio, principalmente OJ, que logo se vê em dificuldades financeiras e recorre à venda de vários cavalos de seu pai para Jupe. No entanto, depois de ter uma experiência inexplicável uma noite, OJ e sua irmã decidem capturar o fenômeno em filme. Eles seriam os primeiros a capturar provas inegáveis ​​da existência de algo extraordinário. É um ato que ajudaria OJ a recuperar os cavalos de seu pai e, ao mesmo tempo, se rebelar contra a tentativa de apagar seu ancestral da história do cinema.


É um negócio que se pai conseguiu sustentar apesar do sofrimento considerável na indústria, isto é, até sua morte em um acidente bizarro.


No geral, Não! Não Olhe! é um longa divertido e emocionante. O filme está repleto de escolhas artísticas pensadas que esperamos de Peele. Cenas expansivas e recriadas da Califórnia rural são sobrepostas com momentos claustrofóbicos.


Uma trilha sonora arrepiante é intercalada com o assombroso sussurro do vento e o relincho de cavalos aterrorizados.


Mas o fato é que, ao comparar o filme com outros títulos da obra de Peele, Não! Não Olhe! considero um filme bem mais pipoca!


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