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Kokou no Hito | Indicação de Mangá #01

  • Foto do escritor: Victor Machado
    Victor Machado
  • 25 de set. de 2023
  • 4 min de leitura

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Este é o primeiro post da série em que, como já diz o título, serão feitas indicações de mangás, porém, as recomendações não serão apenas disso, mas também de animes e manhwas. A ideia dessa série é falar sobre uma obra que não é comum de ser discutida entre grupos pela internet e explicar o porquê chamaram minha atenção, a fim de que possa despertar a curiosidade de quem ler a publicação e desfrute da obra.


Então, para inaugurar essa série de indicações, apresento-lhes Kokou no Hito (The Climber ou O Alpinista), mangá que foi lançado em Novembro de 2007 até Outubro de 2011, em um total de 170 capítulos que resultaram em 17 volumes, serializados pela Young Jump (All You Need is Kill, Kingdom, Gantz). Uma curiosidade sobre Kokou no Hito é que a obra foi escrita por 4 autores em diferentes momentos, sendo eles: Nabeda Yoshiro, Nitta Jiro, Takano Hiroshi e Sakamoto Shinichi, sendo este o único ilustrador da obra.


Baseado na biografia do alpinista japonês Katou Buntarou, é incomum um mangá possuir diferentes pessoas responsáveis pela escrita, mas o que é ainda mais raro é que o enredo se manteve consistente do início ao fim. Ainda que seja baseado em um livro, não é fácil adaptar algo e manter uma linearidade com tanta gente envolvida no projeto. E o ilustrador Sakamoto Nishida fez um trabalho maravilhoso ao desenhar todo o mangá e finalizar o enredo com maestria.


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"Mori Buntarou é um estudante transferido na escola de Yokosuka do Norte e é bastante antissocial, rejeitando todo tipo de contato e nem sequer olhar nos olhos dos outros, sem ter objetivo algum para seu futuro. Mas logo ele é perturbado por um colega de classe, Miyamoto, membro do clube de alpinismo, que disse que pararia de aborrecer Mori, caso ele escalasse a escola. Sem esperar que Buntarou iria subir sem qualquer equipamento, não apenas Miyamoto, mas o próprio Mori se surpreende ao conseguir escalar tudo através de um cano e chegar ao topo, ainda que nunca tenha feito algo parecido antes. Agora, Buntarou sentiu, pela primeira vez na vida, algo rugir dentro dele, ele se sentiu livre e animado e, assim, inicia sua trajetória no alpinismo."


Pela sinopse, já é possível notar que o mangá é uma história de descoberta, mas isso é somente no começo. Kokou no Hito traz uma sensibilidade incrível ao abordar o drama da solidão, do amadurecimento, além de ser uma obra de um esporte que não é algo de grande interesse das pessoas. O mangá mostra toda a trajetória de Mori Buntarou, que por vezes se vê entre a vida e a morte, mas nunca deixou de fazer o que ama.


Crescemos com o protagonista ao acompanhar sua vida e todos aqueles que ele se envolve, sejam amigos, colegas de trabalho e pessoas de seu passado. E mesmo que os primeiros volumes sejam um pouco mais lentos, eles são fundamentais para que entendermos porque Buntarou é daquele jeito e saber como suas decisões o afetarão e também àqueles ao seu redor.


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Outro quesito muito forte para o mangá é a arte, que, para mim, está em pé de igualdade com outros mangakás, tipo Takehiko Inoue (Vagabond, Slam Dunk) e Makoto Yukimura (Vinland Saga), que são dois das maiores referências em ilustração. Sobre Shinichi Sakamoto, ele mostra seu talento e dá vida nos seus quadros, sabendo usar conceitos de luz e sombra perfeitamente, algo que diversos ilustradores se atrapalham em usar, confundindo os leitores sobre o que estão vendo.


Inclusive, ele demonstra muito bem o seu uso de perspectiva ao criar cenários, dando detalhes quando necessário, mas também sabe usar o uso do espaço em "branco" do mesmo modo. O espaço "branco", para quem não sabe, é deixar áreas vazias nos quadros e deixá-lo mais limpo de informações, a fim de evitar excesso visual.


Sakamoto igualmente acerta no quesito anatomia, o que de início parece algo básico para qualquer desenhista, todavia a forma do corpo é feita de maneira minuciosa e atenta aos detalhes, o que deixa ainda mais real. Não apenas isso, ele também acerta nas expressões, onde são várias as vezes que os personagens se comunicam através de olhares e esboços feitos com a boca, transmitindo diferentes sensações sem precisarem trocar palavras, deixando o mangá muito menos descritivo. É o chamado "Não me diga, me mostre" em que o ideal é induzir o leitor a compreender o que está observando apenas pelo que pode ver e não dizer diretamente o que a narrativa quer dizer. Acredite, o silêncio dentro de Kokou no Hito é tão intenso que também afeta o leitor.


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Por fim, vale dizer que, por mais que seja uma obra onde o ponto central seja o alpinismo, o enredo faz o leitor mergulhar na história e aprender sobre os menores até os mais complicados detalhes do esporte. Consequentemente, desafiar sua capacidade física pode ser algo de extrema dificuldade, porém conhecer o limite da sua sanidade mental é algo inexplicável e muitas vezes Mori Buntarou se vê encurralado pela sua própria mente, onde seus pensamentos se dispersam e ele se perde da realidade. Dessa maneira, percebemos que por mais brutal que seja, o ato de subir é a coisa menos trabalhosa numa escalada.


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Por: Victor H. Machado


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