top of page

Jurassic World: Rebirth salvou a Franquia? Crítica Com Spoilers e Dinossauros!

  • Foto do escritor: Thales Hill
    Thales Hill
  • 4 de jul.
  • 6 min de leitura
Corre que o T-Rex chegou!
Corre que o T-Rex chegou!

A Universal Studios lança mais uma oportunidade de trazer ao topo uma das franquias mais amadas e clássicas da sétima arte, Jurassic World: Recomeço. Mas será que o longa salvou a franquia ou veio como um meteoro pra extinguir de vez os dinos? Pois bem...


Lá no primeiro Jurassic Park do Spielberg, tem uma cena que é quase uma piscadinha pra câmera: a gente vê as prateleiras cheias de lancheiras, camisetas e outros produtos com o logo do parque. Uma crítica bem sutil do Spielberg a ele mesmo, meio que dizendo: "Olha aí, o pai dos blockbusters alimentando a máquina do consumismo." E logo depois disso, vem aquele discurso do John Hammond sobre o circo de pulgas... e como tudo era uma ilusão de controle. A verdade é que nem ele, nem o Spielberg, tinham controle sobre os monstros que criaram. Eles estavam soltos. O caos era inevitável.


Cena incrível com o Mosassauro!
Cena incrível com o Mosassauro!

E foi exatamente isso que rolou na nova trilogia denominada "Jurassic World", um caos. Apesar de um ótimo e bem apresentado Jurassic World (2015), que finalmente nos mostrou o parque funcionando, além de geneticistas tentando criar dinossauros híbridos somente para encher ainda mais os bolsos dos executivos. Após isto as ideias começaram a se perder, a narrativa virou uma bagunça, e quando chegamos em Jurassic World: Reino Ameaçado, nos deparamos com um "dinossauro híbrido militar", uma menina clone e uma shopee de venda de dinossauros no quintal de uma mansão! Pois é amigos... parecia que a franquia estava destinada ao fundo do poço. Mesmo com os esforços em trazer de volta o trio clássico composto por Sam Neil (Dr. Alan Grant), Laura Dern (Ellie Sattler) e Jeff Goldblum (Ian Malcolm) em Jurassic World: Domínio (2022) a franquia precisava se reinventar.


E aí veio o "soft reboot" três anos depois, Jurassic World: Recomeço (2025), agora nas mãos do diretor de Godzilla, Gareth Edwards. Um novo elenco, uma nova ilha cheia de dinossauros famintos, e uma pegada B-movie das boas. O filme tenta ser simples e quase consegue, não fosse o runtime absurdo de 2 horas e 13 minutos. Era pra ser um passeio de 90 minutos, mas tá valendo. Ele entrega o básico! não é brilhante, mas é divertido. E olha... depois do trauma de Jurassic World: Reino Ameaçado e das críticas mistas em Jurassic World: Domínio, só de não sair triste do cinema já é uma vitória.


Pra mim, Jurassic Park (1993) foi o meu Star Wars. Foi o filme que me fisgou quando criança e me fez amar o cinema. Então eis que o diretor Gareth Edwards conseguiu me surpreender! Ele conseguiu fazer a franquia dar um passinho na direção certa neste longa.



Tudo começa com uma barra de Snickers. Sim, você não leu errado! A gente volta pro passado e conhece a Ilha Saint-Hubert (sim, mais uma ilha da InGen). Os cientistas estão criando híbridos de dinossauros, basicamente porque os turistas milionários enjoaram do T-Rex. A ideia é trazer monstros maiores, ainda mais bizarros e claro... com mais dentes! E aí já dá pra ver a crítica oculta que o próprio filme faz, o público da franquia também tava cansado dos mesmos dinossauros de sempre. A metalinguagem continua viva.


A diferença aqui é que o filme parece entender o que os outros esqueceram: o impacto de ver um dinossauro. Não é só "olha que legal", é uau. E tem uma vibe meio melancólica também, os dinossauros estão morrendo por causa das mudanças climáticas, da novas doenças, e outros fatores da atualidade. A expansão foi contida, e agora eles estão presos em um pedaço de terra e mar no Equador. Até rola um solitário brontossauro idoso andando perdido no meio de Nova York, com grafite nas costas, travando o trânsito. Triste e simbólico.


No laboratório, a coisa fica mais sombria ainda. Cientistas brincando de Deus com mutações bizarras, testando horrores genéticos só porque podem. Tem uma sequência que lembra aquela cena tensa de Alien: A Ressurreição (1997) com as cópias deformadas da Ripley. Aqui, ninguém tá pedindo esses monstros. Eles tão fazendo só pelo prazer do caos. É a IA dos dinossauros.


Um cientista com vibes de Dennis Nedry, está comendo uma barra de snickers no lugar de seguir os protocolos de segurança no laboratório. E aí já viram né? Um acidente leva a outro, e boom! A ilha vira um desastre, num clima total da franquia Premonição.



O longa corta pro presente: a ilha tá abandonada, mas claro que uma galera vai até lá se meter em encrenca. Um representante de uma farmacêutica, o tal do Martin Krebs (Rupert Friend), junta um grupo de mercenários (liderados por Scarlett Johansson e Mahershala Ali) e cientistas (incluindo Jonathan Bailey como o Dr. Loomis) pra pegar amostras de sangue dos dinos. A promessa? A cura para doenças cardíacas. É... uma desculpa meio torta, mas ok. Eles vão atrás de três dinossauros específicos: o Titanossauro (terra), o Mosassauro (mar) e o Quetzalcoatlus (ar). Porque eles tem corações grandes.


Mas, sinceramente? Quem liga? Isso só serve pra dividir o filme em três grandes momentos de ação, cada um em um ambiente diferente. E é aí que a direção brilha. As cenas de ação são facilmente, as melhores desde que o Spielberg largou o osso. Tem batalha de barco contra o Mosassauro e seus capangas aquáticos, os Espinossaurus. Tem o Quetzalcoatlus voando em cima da galera, engolindo figurante igual um pelicano. E tem até templo antigo esculpido na montanha, por quê? Sei lá, o filme não explica. Mas é legal pra caramba.


E os Titanossauros... nossa! Ver estes belíssimos saurópodes pela primeira vez na franquia jurássica foi uma experiência incrível! É uma cena que nos faz sentir aquela magia do filme clássico de 1993. Aquela sensação de "putz, eu tô vendo um dinossauro de verdade!". O diretor Gareth Edwards entendeu. E nessa mesma cena, o personagem Dr. Loomis (Jonathan Bailey) passa todo esse sentimento para o público com carisma e leveza. (A trilha de John Williams entrando nessa cena ajuda ainda mais, claro.)


Titanossauros na telona.
Titanossauros na telona.

Agora... os personagens não são exatamente complexos. A dupla Scarlett Johansson e Mahershala Ali até têm uns momentos bons, mas é aquilo. Nem o Dr. Alan Grant e a Ellie Sattler eram tão desenvolvidos assim nos filmes antigos. Mas eles cumprem bem seus papéis e estão muito bem, principalmente a Scarlett com a sua personagem Zora Benett, ela chegou nessa franquia pra ficar! Já estou no aguardo de uma sequência com a atriz seguindo como protagonista.


Mas nem tudo são flores... Em um certo momento, tem uma família que entra na história do nada! Um pai, duas filhas e um genro, só pra gente ter uma criança em perigo (porque é tradição) e mais cenas de ação. E aqui temos o maior problema na minha opinião, essa família poderia facilmente ser apelidada de "Família Buscapé Jurássica"! Porque é totalmente dispensável no longa, e só serve para encher linguiça e furar um pouco o roteiro. Um pai bobão, uma filha adolescente chata e principalmente o genro... meu Deus! Este parece que saiu da série animada "Beavis and Butthead", mas se ignorarmos e focarmos nos três protagonistas o filme diverte e segue em frente.


A Família Buscapé Jurássica! putz!
A Família Buscapé Jurássica! putz!

Por outro lado, não posso fazer uma injustiça. Graças a essa mesma família, temos uma das melhores sequências de toda a franquia: o bote inflável descendo o rio com o T-Rex perseguindo na água, cena que foi tirada direto do livro original. É simplesmente espetacular! E sim, a gente se importa com a garotinha. Ah! e ver o T-Rex nadando ao lado deles dá um frio na espinha. Gareth dirigiu essa cena como se fosse um clássico, mais um ponto positivo pro diretor do filme.


Pra fechar, voltando aquele Snickers. O filme é cheio de junk food literal: dino comendo Twizzlers, cientista viciado em balinhas, e até uma cena meio sem sentido com os personagens fugindo de raptors num mercadinho, no meio das prateleiras! Uma clara homenagem a cena clássica das crianças fugindo dos raptors na cozinha em Jurassic Park (1993). É besteira, claro. Mas o filme assume isso e bebe bastante na fonte do clássico de 1993 com várias homenagens, incluindo uma citação a Alan Grant como professor/mentor de um dos personagens. Esse longa, é tipo o Spielberg mostrando as lancheiras com o logo do Jurassic Park no primeiro filme. É cinema pipoca. É um B-movie com orgulho. É um Snickerssauro Rex (risos).


O híbrido D-REX.  Qualquer semelhança com o Xenomorfo é mera coincidência!
O híbrido D-REX. Qualquer semelhança com o Xenomorfo é mera coincidência!

Com um ótimo CGI, cenas angustiantes e muito bem dirigidas, uma excelente atuação dos novos protagonistas e uma aberração híbrida sinistra em meio aos dinossauros... Jurassic World: Recomeço não poderia ter um subtítulo melhor! É um recomeço, um novo prisma do que podemos ver mais vezes, novos híbridos, mutações diferentes, dinossauros não genuínos criados pelo homem, trazendo ainda mais CAOS! Passa longe de ser épico como o clássico Jurassic Park (1993) ou O Mundo Perdido (1997), mas diverte e vale a pipoca!




Comentários


PARCEIROS

img cinema cinesystem
tela2Parceria_edited
tatuariaAlagoana.png
home vr logo
DTel_edited.png
ik3d_edited.png

2025 - Bang Company © - Todos os direitos reservados

  • YouTube - Canal Bang
  • Facebook - Canal Bang
  • Instagram - Grey Circle
  • Twitter - Canal Bang
bottom of page