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Demon Slayer: Infinity Castle | Crítica sem spoilers

  • Foto do escritor: T.J. Nunes
    T.J. Nunes
  • 13 de set.
  • 5 min de leitura
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Finalmente, após um mês do lançamento no Japão, Demon Slayer: Infinity Castle chega aos cinemas brasileiros nesta quinta-feira, 11 de setembro. Assim como aconteceu lá fora, ficou até difícil conseguir um assento para conferir o filme nas telonas. A comunidade aguardava ansiosamente pelo desfecho da história, que será dividido em três partes: a primeira agora em 2025, a segunda em 2027 e a terceira e última em 2029.


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Antes de mergulharmos nos comentários sobre o filme, vamos ao início da conversa, nada de colocar os bois à frente da carroça. Você que já é leitor do Canal Bang sabe e está atualizado das últimas novidades do mundo dos animes por este que vos fala, mas não custa recordar. Talvez esta crítica acabe ficando um pouco mais longa que as anteriores que venho escrevendo para vocês, então peço paciência para trocarmos essa ideia. Inclusive, temos a sessão de comentários aberta para o feedback da comunidade, combinado?


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Então vamos ao começo. Demon Slayer: Infinity Castle - Parte 1 é o início da trilogia que encerra a jornada de Tanjirou Kamado, criada originalmente por Koyoharu Gotouge no mangá, em sua luta para salvar sua irmã, Nezuko, e vingar sua família assassinada por onis. Claro que a trama é muito mais do que isso, mas vamos resumir para não transformar a crítica em um livro, certo?


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O longa chega aos cinemas brasileiros pela Sony Pictures, em diversas redes, com uma expectativa absurda por parte do público. Não é para menos: trata-se de um dos projetos mais ambiciosos já realizados pela Ufotable, com investimento pesado em produção e uma qualidade que já se reflete nos recordes de bilheteria no Japão. Para ter uma ideia do alcance, Mugen Train (2020) custou cerca de 15 milhões de dólares e arrecadou mais de 500 milhões mundialmente. Esse nível de investimento dialoga com um cenário maior, uma pesquisa divulgada pela Netflix em agosto mostrou um crescimento significativo no público que consome anime fora do Japão. Mas isso é conversa para outra hora, vamos focar em Demon Slayer.


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Dito isso, vou ser sincero com vocês, não sou o maior fã de Demon Slayer. Tenho minhas críticas ao anime, assim como tenho a outros shounens como Bleach ou Jujutsu Kaisen. Isso não me impede de acompanhar e apreciar o que a obra propõe, mas confesso que fui relutante a assistir ao filme justamente por conta do hype. Muitas vezes, quando tudo recebe elogios demais, eu acabo me decepcionando.


Mas devo admitir: Infinity Castle – Parte 1 é estonteante. A cada cena é visível o trabalho absurdo que deu vida à produção. A mistura entre 2D e 3D está tão bem feita que em vários momentos eu fiquei confuso, sem saber dizer o que era animação tradicional ou computação gráfica.


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Como é uma continuação direta do anime, não existe uma introdução, o filme já começa com a investida dos hashira ao Castelo do Infinito em busca de Muzan. Naturalmente, eles acabam divididos, clichê clássico dos shounens de luta, para enfrentarem inimigos individualmente e mostrarem 100% do seu potencial. Isso entrega um espetáculo de animação que dificilmente vemos em produções semanais.


Aqui, preciso destacar a luta de Tanjirou e Giyuu contra Akaza. Esse é, sem dúvida, o clímax do filme. O desenvolvimento emocional do vilão é tão bem construído que, em alguns momentos, quase torci por ele. É impressionante como a narrativa consegue parar a ação para mergulhar na história de Akaza sem perder ritmo, sem interrupções, e ainda mantendo uma qualidade de animação impecável. Essa capacidade de humanizar os antagonistas é uma das forças do anime, e no filme atinge outro nível.


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Falando em qualidade: o trabalho da Ufotable merece todos os méritos. O design de cenários, a fotografia, os efeitos em 3D, a fluidez da animação em 2D, tudo está em altíssimo nível. Há tomadas de câmera e movimentos que raramente vemos em animações japonesas, transmitindo sensação de velocidade e impacto que arrancam aplausos. A trilha sonora também é um espetáculo à parte, encaixando-se de maneira sensível em cada cena, assim como as interpretações dos dubladores, que dão vida e emoção aos personagens.


Assistir a isso em uma sala de cinema é uma experiência que não se compara a ver em casa. O silêncio quase absoluto do público nos momentos mais intensos reforça o quanto todos estavam imersos na narrativa. Recomendo fortemente assistir no cinema, com a qualidade de som e imagem que a obra merece.


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Mas nem tudo são flores. Preciso comentar sobre a polêmica da classificação indicativa de 18 anos no Brasil. Talvez minha opinião não seja a mais popular, mas acho necessário discutir. Não podemos ser ingênuos, Demon Slayer não é um anime infantil. Apesar de ser rotulado como shounen, quem acompanha a obra sabe que o teor é pesado. Arrisco dizer que a quantidade de mortes em Demon Slayer é comparável à de Attack on Titan. E aqui deixo claro, falo principalmente da presença constante da morte na narrativa, desde a primeira temporada, assim como acontece em Attack on Titan. Seja com personagens relevantes ou não, a obra não tem receio de mostrar um rastro de violência e perdas.


A caracterização mais puxada ao infantil de alguns personagens pode confundir, lembrando até o estilo de jogos como Ragnarok. Mas a realidade é que estamos diante de uma guerra entre hashira e onis. Isso envolve violência, mortes sangrentas e até corpos dilacerados em cena. No filme, existem também personagens que tiraram a própria vida, o que adiciona um peso dramático ainda maior à narrativa. Não é conteúdo para crianças, ponto. Agora, se a decisão do governo brasileiro de classificá-lo como 18+ foi exagerada, talvez 16+ fosse mais adequado. De qualquer forma, cabe às distribuidoras seguir a lei no que diz respeito ao que é exibido para pessoas de determinada faixa etária dentro de seus estabelecimentos, mas a responsabilidade sobre o que as crianças assistem em casa continua sendo dos pais.


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No fim das contas, a resposta é simples: vale a pena assistir? Sem dúvida. Esse filme mudou minha relação com Demon Slayer. Antes, eu via apenas como mais um anime a ser acompanhado até o fim. Agora, estou eufórico para ver as próximas partes em 2027 e 2029. Mesmo sabendo que o mangá já foi encerrado, quero testemunhar a adaptação nas telonas. Se concorrer a premiações, não me surpreenderia, embora isso não pese em minha vontade de assistir, pode atrair novos públicos para dentro da comunidade otaku.


Enfim, depois desse textão que já virou quase uma light novel, Infinity Castle – Parte 1 vale cada minuto. Principalmente se for assistido no cinema. Precisamos celebrar o fato de que hoje temos acesso a filmes desse porte de forma relativamente acessível, algo que há dez anos era raríssimo.


Termino essa crítica avisando que estarei na disputa para conquistar uma cadeira no dia de lançamento da Parte 2.


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