top of page

Castlevania: 2ª Temporada | Crítica

Depois de uma primeira temporada cercada de elogios, Castlevania retorna à Netflix querendo expandir sua mitologia, enquanto replica diversos elementos de seu material original para agradar os fãs mais fervorosos. A expectativa do público era de que esta segunda temporada pudesse aproveitar sua maior duração para substancializar melhor os embates épicos que vinham sendo apresentados. Não há dúvidas de que a série está consciente do apreço que seu público tem pelas cenas contendo grande teor de sangue, e procura entregar momentos tão densos quanto no ano anterior. A nova temporada dedicou boa parte do enredo à contextualização de novos personagens, além de aprofundar seus cenários e relações, principalmente no que diz respeito às motivações de Drácula neste universo. Enquanto no primeiro ano, boa parte do contexto da série era construído com bastante objetividade e com diálogos expositivos, preenchendo a maior parte de sua mitologia, a segunda temporada é estruturada com mais calma, e ainda aproveita para incluir diversos momentos de alívio cômico em meio às tramas de guerra.

O trio formado por Trevor Belmont, Sypha e Alucard, estabelecido ao final da primeira temporada, é mais explorado, principalmente quando ficam confinados durante alguns episódios dentro da magnífica biblioteca da família Belmont, onde buscam por uma solução na luta contra o Drácula. Os momentos cômicos são construídos com Trevor sendo o alvo de diversas piadas e sarcasmos, em uma dinâmica de grupo onde os personagens passam a se conectar melhor, demonstrando empatia uns com os outros. Enquanto o trio vai se tornando mais unido, os episódios redirecionam o foco principal para as intrigas políticas que estão em volta de Drácula através de seu traiçoeiro conselho de guerra, composto por vampiros de diversas nacionalidades. Esta é, talvez, uma das maiores e melhores distinções da série em relação ao seu material original, retratando vampiros que apresentam traços tipicamente árabes, chineses e, até mesmo, vikings, ao invés de manter este universo restrito ao estilo europeu o qual os jogos da franquia se limitavam.

Dentro deste conselho de guerra, Drácula enfrenta oposições de seus generais, que questionam seu comportamento e seus métodos sem fundamentos. Em meio a tantos vampiros de fidelidade questionável, o antagonista deposita sua confiança em dois humanos mestres da forja (responsáveis por gerar os exércitos de aberrações demoníacas): Hector e Isaac. Ambos acabam tornando-se o maior destaque desta temporada, apresentando arcos narrativos muito mais substanciais do que qualquer outro personagem. Por colocar a trajetória de Trevor Belmont em segundo plano, perante a ascensão de Hector e Isaac, a série acabou deixando o impacto narrativo consideravelmente menos engajante para espectadores casuais e fez a temporada soar como uma transição para tramas futuras.

A animação, desta vez, apresentou mais problemas do que foi visto no primeiro ano. Diversas sequências de ação estão menos elaboradas e com movimentações menos detalhadas e efeitos especiais abruptos, que podem incomodar os mais atentos. O desenho dos personagens em si, também possui momentos desconcertantes, anatomicamente desproporcionais. Entretanto, ainda assim, a produção não perde o seu brilho. Castlevania consegue produzir sequências eletrizantes, repletas de ação e que devem ser suficientes para recompensar a espera de seus espectadores. E como consequência das construções de novos personagens, apresentou um grande potencial para levar suas tramas adiante, seja reinventando-as ou seguindo-as através das lacunas deixadas nesta temporada. A história dos jogos abrange longos períodos de tempo, e diversos personagens ainda podem ser introduzidos de forma conveniente. Mesmo que esta temporada não tenha demonstrado todo o seu potencial, ainda há muito o que esperar de Castlevania no futuro. É preciso ter paciência e aguardar.


Assine o nosso canal:


Siga-nos em nossas redes sociais:

instagram: @oficialcanalbang

1 comentário
bottom of page