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Bird Box | Crítica

Os aspectos da união de todos os nossos sentidos são o que possibilita a nossa completa percepção do mundo ao redor. É conveniente concordar que a falta de um deles promove lacunas no nosso entendimento, mas explorar isso na prática é uma experiência totalmente diferente do que simplesmente ter a empatia sobre o assunto. Focando na complexidade e na angústia de uma vida limitada, Bird Box acaba sendo muito mais que um filme pós-apocalíptico (um gênero bastante atrativo para muitos espectadores). Apesar de, erroneamente, ser comparado com Um Lugar Silencioso, seu enredo trilha por um caminho diferente. Além de enfrentar os perigos do desconhecido em diversas situações, o filme faz uma sensível e profunda reflexão sobre os nossos conceitos de deficiência e limitação.

De uma forma geral, este tipo de suspense lida com a possibilidade de existir coisas desconhecidas e que são maiores do que a humanidade. A ideia de que o incompreensível e/ou desconhecido ao conhecimento humano é, em essência, maligno gera uma sensação de angústia e impotência que reflete no clímax da produção. É interessante destacar que longas como Bird Box e Um Lugar Silencioso não se prende somente ao suspense, abordando também momentos de aventuras e de dinâmica familiar.

Além de Sandra Bullock, o elenco também conta com alguns nomes de peso como John Malkovich e Sarah Paulson. Embora os personagens coadjuvantes desses atores não tenham tanto destaque, são fundamentais para que a trama não seja entregue de mãos beijadas aos cinéfilos mais atentos. Com essas boas atuações e um enredo atrativo, Bird Box é um ótimo presente de final de ano fornecido pela Netflix. Apesar de alguns furos de roteiro e das dificuldades da adaptação da obra literária, o filme consegue cumprir o seu papel ao enxergar qual é a sua real mensagem através das decisões tomadas pelos personagens. Vale a pena conferir.


Nota: 9,0/10,0


Por Moezio Vasconcellos


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