Amores Materialistas | Crítica sem spoilers

Monnique Machado
1 de ago.
3 min de leitura

A premissa de Amores Materialistas trás de volta o gênero da comédia romântica clichê, mas com uma pitada de crítica a ideia de relação amorosa. O filme fala sobre Lucy uma casamenteira que se vê dividida entre, um empresário romântico misterioso e seu ex-namorado que ainda está tentando equilibrar sua vida, mas desperta uma antiga paixão.

Até que ponto a expectativa de uma pessoa perfeita pode influenciar na escolha do amor da sua vida?! Essa é a pergunta principal nesse filme. A ideia de conselheiro amoroso não é nova nesse gênero. Mas o filme aborda as consequências desses atos de uma maneira mais realista e crua. Gosto da forma como as expectativas das pretendentes são mostradas de forma nua e crua, sem moralismos do que as pessoas vão pensar.

Mais sendo pensados de maneira totalmente racional, botando em cheque, altura, peso, idade e condição financeira. Mostrando que o ideal de amor pode ser sim um negócio, e como somos colocados em prateleiras, sendo analisados e julgados o tempo inteiro quando estamos em busca de um relacionamento.

Lucy (Dakota Johnson) é mostrada como um produto desse meio, ao ser apresentada como uma casamenteira de sucesso; Suas relações se mostram sempre muito analisadas, medidas e pesadas. Seja para o benefício de um "bom partido" para suas clientes, seja para ela mesma. Mediante a isto, em vários momentos ela é colocada e se coloca como uma pessoa fria, ao analisar metodicamente tudo, te convencendo, erroneamente, de que se trata de uma mulher decidida, que sabe muito bem o que quer para sua vida, assim como pode conseguir seus objetivos.

Contudo se ver em uma situação crítica, quando não intencionalmente, em uma noite reencontra seu ex-namorado, mas também conhece um homem que condiz com todos seus ideais de namorado/marido perfeito. Dakota Johnson conseguiu se conectar muito bem sua personagem com os de Pedro Pascal e Chris Evans, trazendo sedução e conquista com um, leveza e sinceridade com outro.

Harry (Pedro Pascal) é um homem decidido, estabilizado financeiramente, sedutor e que sabe muito bem o que procura. E encontra na personalidade de Lucy, a mulher perfeita para ele, estando disposto a fazer de tudo para conquistá-la.

Me sinto na obrigação de dizer que apesar de todo esse frenesi em relação a quantidade de produções de Pedro Pascal, ele está incrível no filme, ele consegue te entregar charme, sedução e muito carisma, como era de se imaginar, mostrando versatilidade e emprenho em todas produções que se propõe a fazer.

E nesse meio conhecendo Jhon (Chris Evans), um homem que ainda esta em busca de sua ascensão financeira e como ator. Mas no amor ainda se mostra muito balançado por sua antiga paixão e depois do encontro entre eles esse sentimento se intensificou ainda mais, tendo em vista que ele ainda é seu ombro amigo em momentos difíceis.

Chris Evans como um bom ator de comedias românticas, sabe muito bem o que faz, entregando um personagem fofo e apaixonado. Sua introdução na história começa mais tímida, mas ganha um bom desenvolvimento ao longo do enredo. Sendo um dos pontos positivos do filme, sabendo abrir e fechar suas exposições muito bem.

A narrativa é bem fechadinha, explorando bem cada ato e fechando bem cada um. No entanto o que me incomoda um pouco é que em um dado momento, acontece um fato com uma de suas clientes, que poderia ser melhor abordado a mais bem decorrido, pois tinha um bom potencial. Além disso temos também as conveniências de roteiro, já comum nas comedias românticas, como o encontro de objetos e a maneira como as coisas são resolvidas de um jeito muito fácil. Contudo de forma geral o filme apresenta uma boa narrativa.

A diretora Celine Song, conseguiu trazer um filme com um excelente enredo, fotografia, figurinos, que marcam muito bem cada momento do filme, trilha sonora leve e uma história que te prende do início ao fim.

Estava com saudades desse gênero no cinema, depois de Todos Menos Você, foi uma agradável surpresa poder ver uma boa história de romance, que não precisa ser complicada demais, para ser agradável e mostrar seu propósito, porque no final das contas sempre sabemos como tudo acaba.